Livro Tá todo Mundo Enganado

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“Há duas maneiras de ser enganado. Uma é acreditar no que não é verdade; a outra é se recusar a acreditar no que é verdade.”

Soren Kierkegaard

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Descrição

Ubirajara Ramos surpreendeu-nos a todos quando revelou que estava a estudar a Cannabis e sobre ela pretendia escrever um livro. No seu círculo familiar e social mais próximo não consta usuários de drogas ilegais. Ele mesmo se fazia acompanhar por cigarros, jornais, cerveja e outros prazeres sensoriais. Mas nada da erva. Dona Iracy, sua mãe, já lhe asseverava: “Dói ver como você foi criado, e agora se presta a falar dessa erva maldita!”. Ou vaticinava: “Essa erva do Diabo! Você quer é ser preso!”.

Qual seria então a motivação para entregar-se com intensidade a escrever sobre tema tão polêmico? 
Ocorre, porém, ser de menor importância perguntar a um escritor as razões do seu escrever. Mais relevante saber aonde levaram suas narrativas, ou aonde elas o levaram. Vez por outra acontecimentos nos sacodem, alterando nossa agenda de prioridades. Novos olhares e ângulos se revelam, novas possibilidades ganham viço. Essa inquietude produz seus frutos, muitos deles compensadores, como o presente livro.
Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco, Ubirajara Ferreira Solano Ramos nasceu no Recife, em 1949. Filho de Iracy e Adeildo (falecido na década de 1980), viveu a infância e adolescência no bairro de Santo Amaro, tendo estudado no conceituado Ginásio Pernambucano. Torcedor do Sport Club do Recife – ninguém é perfeito! –, é ferrenho defensor do polêmico título brasileiro de 1987. Associado à Law Enforcement Against Prohibition* (LEAP), é um dos membros fundadores da LEAP BRASIL. Colunista do Portal Educação, é colaborador de uma vasta rede social antiproibicionista, que vai da Psicotropicus à Drug Policy Alliance (DPA). Autor de poesia única – nunca publicada e raramente declamada –, intitulada Ode à vida: “Morrer…/Morrer pra quê?/Quando muito, pra virar placa de rua/Prefiro uma mulher nua!”, eis que agora escreve seu primeiro livro, Tá todo o mundo enganado!, que traz informações sobre a Cannabis desde sua origem até o contexto atual, passando pela utopia proibicionista, desfazendo mitos, comparando-a com outras drogas, mostrando que – com o fracasso da guerra às drogas – outra política de drogas é possível, inclusive destacando seu potencial medicinal, ecológico e industrial.

Em 2006, Ubirajara Ramos teve a oportunidade de conhecer a Política de Drogas de seis países da União Europeia, inclusive Portugal e Holanda. Como único representante da América Latina, participou do Terceiro Encontro da Construção em Cânhamo, em Paris. Em 2008, com o propósito de aprofundar seus conhecimentos sobre drogas, frequentou vários cursos, incluindo Plantas Psicoativas: Uma Abordagem Farmacológica, Psicofarmacologia e Drogas de Abuso (lícitas e ilícitas). Ainda nesse ano, participou da Primeira Marcha da Maconha do Recife. Desde então passou a apoiar a sua realização. Em 2010, esteve presente no Simpósio Internacional Por uma Agência Brasileira da Cannabis Medicinal?, realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), com o apoio da UNIFESP, onde foi aprovado por unanimidade um documento recomendando ao Governo Federal a oficialização da criação da referida Agência. Em 2012, apoiou e participou da Primeira Marcha da Maconha de Olinda. Ao final do evento, após a exibição do documentário Hempocrisy, de Maria Aline Moraes, foi convidado a comentá-lo. Já em 2013, participou do curso “Prevenção do Uso de Drogas – Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias”, promovido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, e do Seminário “Drogas: dos Perigos da Proibição à Necessidade da Legalização”, organizado pela LEAP BRASIL em conjunto com o Fórum Permanente de Direitos Humanos da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro – EMERJ.

Antes de ingressar no serviço público, a serviço da Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco (CHESF), Ubirajara Ramos trabalhou no Polígono da Maconha como inspetor de obras elétricas da Borda do Lago de Itaparica, e foi responsável pela remoção de inúmeros moradores das margens do rio para áreas de sequeiro, sob a promessa de que receberiam lotes irrigados. Vinte e cinco anos depois, em suas pesquisas sobre a Cannabis, constatou o absurdo: muitos ainda esperavam aquela prometida irrigação! Nesse ínterim, alguns perderam os lotes, foram presos ou assassinados. E quase todas as mazelas da região são atribuídas à maconha.

A constatação das Nações Unidas, em 2009, de que não existe um consenso mundial sobre a política de drogas favoreceu um debate mais amplo sobre a política proibicionista de guerra às drogas, que já era criticada duramente por especialistas, autoridades e personalidades públicas, no Brasil e no exterior. Na raiz do discurso acusatório de apologia ao crime e ao tráfico de drogas encontramos pobreza, desespero, racismo, xenofobia, mercado, moralismo, bem como o enraizamento de preconceitos e instituições que contam com todos os suportes possíveis, das leis à religião, para defender seu status quo e sua estrutura de poder. Partir para um destemperado processo de criminalização no qual a primeira e única resposta estatal em face do surgimento de um conflito relacionado a drogas seja o emprego da via penal traduz-se em um tiro no vácuo. Existem estilos diversos, além do punitivo, para se resolver um conflito de gravidade e forte significado social, a exemplo do reparatório, do terapêutico e do conciliatório. Mister analisar a estrutura familiar, a educação, a saúde pública e muitos outros aspectos da realidade social para que não se possa incorrer em um simplismo irreal.

Pesquisador voraz e observador arguto que é, Ubirajara Ramos convoca o leitor à colheita comum de sua pesquisa. Sim, como sentenciou Guimarães Rosa: “[…] a colheita é comum, mas o capinar é sozinho…”. O diálogo incessante, a oitiva do ladrar dos fatos, a saída do abismo. O vício da disposição sincera de cooperar na busca do saber, perseguindo com afinco o despir dos véus do proibicionismo, na tentativa de revelar a verdade. A inquietude, inequivocamente, tem mesmo suas compensações. Quem achar que não, é porque Tá todo o mundo enganado!

PREFÁCIO

Numa tarde de verão, direto da Suíça, Ubirajara Ramos chegou a Richelbach, na Alemanha. Tive então o prazer – e o orgulho – de conhecê-lo, e conversamos várias horas em nossa varanda.
Na ocasião, ele começava a trabalhar em seu livro e ficou claro para mim que, no Brasil, seria um dos primeiros a se ocupar com um tema tão importante como o da proibição da Cannabis.
Proibição essa, que causa tantos problemas à sociedade, aos enfermos e aos consumidores recreativos; e que propicia tanto dinheiro e poder para a corrupção organizada estatal, policial e mafiosa.
Fiquei, portanto, muito agradecido e honrado pelo convite para prefaciá-lo.
Se a humanidade encontrou na CANNABIS uma única planta que é capaz de tonificar nosso organismo aumentando a produção hormonal que regula TODOS os órgãos, inclusive o cérebro (a Cannabis tem efeito em todos os vertebrados!), um efeito que, por ser próprio do nosso corpo, não pode ser letal; que cresce em todo o mundo, adaptando-se aos mais diferentes climas; que é fácil de cultivar, por qualquer pessoa, sem necessitar de pesticidas ou de fertilizantes especiais para crescer; que é rica em fibras e celulose; e cujo princípio ativo é fácil de extrair. Então, a essa planta, para demonizá-la, denominaram de MARIHUANA. No Brasil, maconha.
A ordem estabelecida a proibiu. Já que se a deixassem livre, destruiria os negócios das indústrias farmacêuticas e petrolíferas; assim como eliminaria o objeto de medo com o qual os Estados controlam seus cidadãos pelo mundo.
Há alguns anos tinham o comunismo e as drogas. Agora, têm apenas as drogas. E logo não lhes restará mais a Cannabis. Vez que com a humanidade na era da informação, era do conhecimento (graças à Internet!), terão que se concentrar na cocaína e nos opiáceos.
Só na Alemanha, há entre 400.000 e 800.000 consumidores regulares de Cannabis e cerca de 8.000.000 de consumidores esporádicos, oficialmente reconhecidos.
Mais de 83 países produzem Cannabis para exportação ilegal. Só o Marrocos colheu, segundo pesquisa de 2005 das Nações Unidas, cerca de 100.000 toneladas.
O Paraguai, registrava há pouco o site da Polícia Judiciária, produz 15.000 toneladas anuais (!) de Maconha da melhor qualidade (!) que se comercializam dentro do país por um valor de 200 dólares/kg.
Isso significa que, por exemplo, a Polícia Judiciária paraguaia, uma das polícias antidrogas de 83 países no mundo, controla um mercado interno de três bilhões de dólares, graças à proibição! Valor que se multiplica por cinco nas capitais e grandes cidades Sul-americanas. Isso equivale a 15 bilhões de dólares, apenas com a Cannabis do Paraguai nos países limítrofes!
Quem tem que controlar esse tráfico, tem que controlar essas somas também!
Por esses motivos, as pessoas já não acreditam mais na história da droga para venda aos consumidores. Mais de 20 anos de autocultivo, com boas sementes, destruiu o conceito repressor dos controladores do sistema.
Desde 1986 (entrada das “sinsemilla” no mercado), sabe-se, no mundo, a qualidade que a Cannabis deveria ter como medicamento e droga recreativa.
Essa qualidade da Cannabis autocultivada não pode ser substituída pelo deplorável e extensivo cultivo com métodos de colheitas e secagens que propiciam a criação de fungos, ou os mesclados, como o haxixe marroquino, com goma arábica e esterco.
Por isso, o autocultivo da Cannabis sativa L. deu o golpe final na proibição. Em poucos anos, a Cannabis será legal para ser cultivada em todo o mundo.
Continuam-se descobrindo aplicações medicinais da planta, especialmente a descoberta de Rick Simpson de que o óleo essencial da Cannabis Índica, aplicado sobre a pele, pode curar o câncer.
Atualmente, isso não é atribuído apenas ao THC… Parece que o CBD é o mais forte antibiótico e anticancerígeno do planeta…
Mas a indústria farmacêutica quer que a “Cannabis medicinal” seja entregue nas farmácias apenas como DRONABINOL (THC sintético). E não como maconha ou haxixe, que custa muito menos e que, eventualmente, se poderá comprovar, não traz os problemas que as Nações Unidas (UNODC) nos querem fazer crer que existem.
Essa gente vai falar sobre a Cannabis medicinal no Brasil, mas no final vão tentar vender DRONABINOL que ninguém pode fabricar! Só os laboratórios com permissão!
Em 1996, quando se autorizou o cultivo de cânhamo na Alemanha, as autoridades fizeram o possível e o impossível para tratar de que o cultivo dessa “nova” planta não tivesse êxito.
Apesar das inúmeras ações da polícia e de outras autoridades no controle dessa cultura, nos molestando com a paranoia de possíveis culturas ilegais (o que nunca foi encontrado!), o cânhamo está sendo usado na indústria automobilística; tendo nela a mais importante das indústrias, depois da de papel para cigarros e da de papel-moeda.
Hoje, é utilizado em BMWs e Mercedes, assim como em outras marcas que querem atingir ao percentual mínimo (85%) de reciclagem obrigatória para os automóveis na União Europeia.
Quando a União Europeia, graças ao uso do cânhamo na Cannabia®, primeira bebida legal com cânhamo da História, não pôde aplicar a Lei de “Novos Alimentos” (“Novel Food”) ao cânhamo (18/12/97), porque este já vinha sendo usado em alimentos antes da entrada em vigor da referida Lei (5/97), o Conselho Internacional de Controle de Entorpecentes (International Narcotics Control Board – INCB) das Nações Unidas, enviou uma carta a todos os países do mundo anunciando que “(…) a Máfia de drogas (…) encontrou uma nova maneira de fazer chegar a Cannabis à juventude (…) Por isso aconselhamos a mudar as leis nos países em que não se proíbe explicitamente o uso da Cannabis em alimentos (…)”.
Ele nunca poderia pôr um fim ao uso da Cannabis na história da humanidade!
Em 1989, morre Hirohito, o Imperador japonês. No ano
seguinte, quando se quis entronizar (coroar), segundo o ritual xintoísta seu filho (Akihito), os monges do Xintoísmo, a religião estatal do Japão, disseram que não poderiam fazer a cerimônia porque o “Tenno” (o Imperador é o máximo representante
na religião xintoísta) tinha de ser investido com uma toga feita de cânhamo, que tem de ser plantado na área do templo principal do xintoísmo e tecido pelos monges do mesmo templo. O motivo: a Cannabis é a planta mais sagrada da religião xintoísta, a planta que tudo em que toca ou a contém é melhorado, entra em harmonia com o mundo.
O “Tenno” deve estar coberto com cânhamo para se tornar Imperador do Japão!
Desde então, o cânhamo industrial pode ser plantado no Japão, bem como a produção e venda de alimentos e bebidas com cânhamo com baixo teor de THC.
E a Cannabia® pôde ser vendida no Japão…
Espero que “Tá todo o mundo enganado!”, venha a ter várias edições e que chegue a muitos lugares e bibliotecas.
O título me parece bom: porque vai para aqueles que não sabem nada do assunto e acreditam nas fábulas dos governos; e os que sabem, entendem o porquê do nome.
Em cada país do mundo deveria ter um Ubirajara Ramos que escrevesse seu livro sobre a proibição do cânhamo. Assim, logo terminaria esta construção inumana mundial que já se desmorona.

Informação adicional

Páginas

320

Acabamento do Livro

Brochura

Autor

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